Luz

Luz

Uma peça escrita e encenada por Rui Louro Mendes, levada ao palco pelo GAEDE

Este ano, o GAEDE está a ultimar um novo trabalho. Chama-se “Luz” e traz, uma vez mais, no texto e na encenação, a assinatura do professor Rui Louro Mendes. Este espectáculo foi apresentado no dia 6 de Março no Festival Internacional de Teatro CALE-se, em Vila Nova de Gaia.
Nos dias 15, 16 e 17 de Abril, sempre às 21h30, no Pequeno Auditório do Teatro Rivoli, no Porto.


“Luz” - sinopse

"Luz" é uma parábola ecológica situada num cenário pós-apocalíptico.
Algures, num tempo e num espaço indeterminados, o que resta da humanidade vagueia à procura de alimento ou de terra arável. Dois pequenos grupos de resistentes lutam desesperadamente pela sobrevivência, procurando abrigo junto a um pequeno oásis onde uma árvore de fruto permanece milagrosamente num território estéril. Ela é a última solução para essa humanidade errante, o elemento sobrenatural naquele cenário árido, uma espécie de presença divina no meio da miséria humana. No entanto, um vagabundo faminto vai quebrar a aparente harmonia daquele pobre mundo, levando os dois grupos ao confronto. Com ele, a incompreensão volta a determinar as acções humanas, assim como o medo pelo desconhecido, a inveja e a avareza. Mas… eis que do meio das cinzas a Humanidade desperta e, imprevisivelmente, nasce uma luz por entre as trevas de outrora. Renascimento, rasgam-se as películas da alienação, contempla-se... o Mundo novo?

Luz - Rivoli
Luz - Rivoli
Luz - Rivoli


Fundamentação da encenação


A peça “Luz” dirige-se a todos, e em cada um despertará os mais diversos sentimentos, nascidos das diversas interpretações, numa ampla paleta de simbolismos. Vivida num mundo devastado por um cataclismo, ou desencadeada no coração de cada pessoa, aprisionados pela intolerância e pelo egoísmo, ou pelo desamparo e angústia existencial, na realidade ou em sonho, numa constante dialéctica entre o interior e o exterior, “Luz” pode ser lido como um espectáculo pleno de referências políticas e religiosas, em que Criação e Destruição se sucedem como uma espécie de eterno retorno. O cenário e a iluminação são minimalistas: duas árvores despidas que servem de abrigo às duas famílias em confronto; as luzes de palco a intercalarem com a luz de pequenas lanternas transportadas pelos actores. A música é também parte do cenário, envolvendo os movimentos, rigorosamente coreografados, possibilitando a união plena e intensa do espectador com o drama vivido pelos personagens em palco. Estes trazem estampadas as expressões do que sentem; o corpo funcionando, por inteiro e quase em exclusivo, como o mecanismo de comunicação das realidades interiores.
Verificamos, por fim, que a vida segue um ciclo de repetições, em que os aparentes abalos acabam por decair também, insignificantes, amassados pelo Tempo, num padrão homogéneo. E, tal como na natureza devastada as flores continuam, aqui e ali, a nascer, também por entre as trevas acaba por se fazer luz.

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